19 de março de 2010

Liberdade de expressão


A liberdade agride gente que tem perfil totalitário,  que se acha dona da verdade. Sou de um tempo em que liberdade era "uma calça velha, azul e desbotada" e esse tempo era cinza chumbo, época da ditadura, que hoje um jornal paulista  denominou "ditabranda", na tentativa patética de minimizar aquele horror. A tal calça era a famosa Lee contrabandeada, paga a preço de ouro, objeto dos desejos da garotada de então.
A moda agora lançada pela "grande" imprensa, é o ataque furioso ao que chama de "atentado à liberdade de expressão", o PNDH-3, Plano Nacional de Direitos Humanos, que propõe entre outros temas estabelecer um modelo de regulação da mídia, auto-intitulada "quarto-poder" mas que, ao contrário dos outros poderes legalmente constiutídos, coloca-se acima de qualquer regulação!

E tome campanha difamatória, desinformação, manifestos, etc, como se o Plano pretendesse pura e simplesmente estabeler uma ditadura nesse país, amordaçando a imprensa!  

Dizer que não entenderam nada é pensar, sendo gentil, que são burros. Pior que isso, são cínicos . É a "elite" temerosa, decadentes senhores feudais defendendo castelos assombrados, em cujas masmorras a verdadeira liberdade está encarcerada desde o descobrimento do Brasil.

No tempo da calça velha, azul e desbotada, esses donatários apelaram para o golpe militar, sequestraram, torturaram e mataram, impunemente, acobertados e auxiliados pela "grande mídia" da época, que em alguns casos forneceu infra-estrutura (tais como carros para transportar presos políticos, lembra?) aos órgãos de repressão.

Agora, eles estão vindo com tudo, babando e uivando, mas os tempos são outros e mesmo que esses anos de democracia não tenham sido ainda suficientes para que a maioria tome consciência do tempo em que vivemos (mas essa é uma outra história), o tempo das quarteladas parece - parece - que passou. Vamos ver.

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