5 de novembro de 2010

Tá virando hábito

Dei uma olhada rapidinha e percebi que não atualizo esse blog tem alguns milênios! E olha que não faltou assunto de tudo que é jeito! Começa com a eleição da PRESIDENTA! Gente, que alegria! Como mulher, minha autoestima foi lá pras alturas, senti como se eu tivesse sido a eleita! Tantos anos de luta, de todas nós, lutas que se perdem no tempo aqui nesse nosso Brasil movido a macho, e finalmente uma de nós chega e leva! Isso é bom dilmais!
Na sequência vem a certeza que a coisa está só no começo, que tanto ela como cada uma de nós terá que matar um leão por hora, pois a cobrança agora será de gênero. Vamos tirar essa de letra também, mesmo que demore mais uma geração, afinal, não estamos aqui a passeio, né?

15 de setembro de 2010

Na verdade, eu nunca saí

Fiquei um tempão sem dar sinal de vida, mas rolou tanta coisa, mas tanta coisa, que só agora consegui um tempinho.
Pra começar estou reformando minha casa (pra quem não sabe, sou daquele grupo que AGORA pode fazer isso, a tal da nova classe média que anda entalada na garganta de uma turminha aí). No meio do processo participei de um encontro de blogueiros que renovou minhas esperanças no ser humano, conheci um monte de gente inteligente, bonita, comprometida e aprendi um bocado.
Tenho me divertido muito com meu cachorro que, metido a besta, adora água mineral (se for Perrier, ele baba!), e tenho sonhado, sonhado muito com uma mulher dirigindo esse país. Sei que não vai ser fácil, que ela terá que matar um leão por hora (mas qual de nós não tem?), e acompanho estupefata a baixaria que rola por aí, nas telinhas, jornaizinhos, emailzinhos, programinhas, nessas coisinhas que julgam ter o poder de fazer a cabeça da gente (até fazem, especialmente dos que não têm cabeça, mas essa é outra história).
Bom, tô voltando, é isso.

20 de agosto de 2010

Tema recorrente: liberdade de expressão

Dessa vez é o candidato dos tucanos que, babando num encontro da ANJ, "defende" a liberdade de expressão acusando o governo de cerceá-la financiando blogs, criando uma TV pública de alcance nacional, financiando encontros, etc, etc, aquela catilinária de peão puxa-saco que quer mostrar serviço pro dono da empresa. Discurso prato-feito para um público que morre de medo da legítima liberdade de expressão que desnuda o rei.
No caso da grande mídia essa liberdade tem mão única: veiculo o que me interessa ou beneficia diretamente, e qualquer tentativa de romper o cerco é golpe chavista, é ditadura... blá-blá-bla...
O homem surtou, tá desesperado mesmo, e está fazendo um papel ridículo e que só vai prejudicar ainda mais sua candidatura que despenca, azar o dele.
Na sequencia e na grande mídia (chamar de PIG é patrulha?) vem o presidente do seu partido reafirmando, complementando a sandice e por aí vai. E o pior é que muita gente se deixa emprenhar pelo ouvido e repercute essa baboseira sem refletir o que se esconde atrás dela: um puta medo de perder privilégios.
Ainda bem que meu bloguinho é bem humilde, não tem perigo dele vir babar aqui, mas e com os outros, aqueles que gosto de seguir e me dão uma visão mais ampla do que está rolando no mundo? Se esse pessoal que o sujeito representa resolver ir pra cima, como é que eu fico?

18 de agosto de 2010

Campanha ou favela virtual?

Acabei de assistir ao debate montado pelo UOL e Folha de São Paulo, que segundo os organizadores bombou no Twitter. Não tenho os números, mas bombou como? Transmitido em horário comercial, num universo em que a maioria está no trabalho ou nas escolas, parece-me que foi acompanhado por uma porcentagem de internautas - aind que  representativa de um nicho do eleitorado brasileiro -, difícil de quantificar.
Essa parcela, pelo que percebi majoritariamente formada por estudantes, profissionais liberais e jornalistas, dividiu-se e disputou byte a byte espaço para suas críticas e aplausos. Uma platéia privilegiada, com certeza.
Ainda hoje, sairão muitas análises sobre o debate, quem ganhou, quem perdeu, quem fez feio ou fez bonito, quem está mais gabaritado para assumir o comando, etc e tal.
O que ficou patente, no bloco dedicado aos internautas e depois nas perguntas feitas pelos jornalistas escalados, uma nítida armação de levantamento de bola para o candidato tucano, dando a impressão de coisa ensaiada.
Essa é a campanha virtual, que talvez não seja tão fake como a favela do Serra, mas que também pode levar a enganos quando os RT correrem o mundo dando a vitória a um ou a outras. Aquela história da internet elegendo presidente pode ser boa pros Estados Unidos, que tem mais usuários e banda mais rápida, por aqui é melhor um pouco de equilíbrio e sensatez, já que o eleitor com acesso ao mundo virtual ainda é uma parcela  pequena e, repetindo, a transmissão foi em horário comercial (aliás, que mania é essa de transmitir tudo que interessa em horários difíceis pro ser humano comum, hein?).
Faltou a presença dos outros candidatos, desde o irreverente Plínio até o persistente Levy Aerotrem. Cadê o pessoal do PCB, PSTU, o Eieieymael? Ah, diriam alguns, mas eles não pontuam, não dão "ibope", e aí ficamos no impasse do biscoito: não pontuam por que não aparecem ou não aparecem por que não pontuam?
Mas o pior, o pior mesmo, foi ver a qualidade dos tweets, quanta alienação! Lá um ou outro postava um comentário decente, mas a maioria optou pela chacota ou insulto, naquele nível tão conhecido dos comentários feitos a notícias da web. Tem gente que ainda não saiu das salinhas de discussão da adolescência.

17 de agosto de 2010

E não é que o que era bom ficou melhor?

O que ontem esteve bom, hoje ficou melhor pra dilmais da conta! O que era oito transmutou-se em 11, e só lamentei não ter visto ao vivo a cara que o casal da Globo deve ter feito anunciando o resultado do Ibope. Deve ter sido hilário!
Hoje, assisti ao primeiro programa da Dilma e me emocionei. Fiquei imaginando um monte de gente que não a conhecia tomando contato com sua humanidade, seu trabalho, avaliando sua trajetória e, no fim das contas, decidindo: é ela!
Por que torço tanto pela Dilma? Ela me passa firmeza, honestidade e sensibilidade. Podem falar que é sargentona, mal educada ou, como o Bo(bo)nner quis emplacar, uma pessoa que "maltrata" outras pessoas, tentando colar nela a imagem de alguém destemperado que resolve as coisas no grito. Não, ela não me passa isso. Sabe aquele negócio de olhar no olho? Pois é, aquele não é um olhar de desequilíbrio emocional, é um olhar direto de quem sabe o que quer e sabe como chegar lá. Se você quiser ir junto, muito bem, se não quiser, muito bem também, mas por favor, se não sabe o que deseja não atrapalhe, tá legal?
Essa oportunidade de termos - pela primeira vez na história desse país de cultura machista - uma mulher no comando, é quase tão bom quanto foi a eleição de um presidente operário, nordestino, sem a famosa educação formal. É a chance de calar de vez a boca dos que não acreditam que do povo, não das elites, possa vir um governo que priorize o Brasil como um todo e não governe preferencialmente para as classes mais privilegiadas.
O Brasil tá mudando? Acho que ainda não, que ainda tem um longo caminho a fazer, mas a conjuntura do momento permite acreditar que é possível. Eu acredito.


16 de agosto de 2010

Tá bom Dilmais da conta!

Fez um frio danado aqui em Sampa neste final de semana, dizem que o pior deste ano, então não saí de casa, fiquei encorujada cuidando da vida. Como estou sem computador, nem acessei a rede pra dar uma espiada no mundo, também não vi o Jornal Nacional (faz um tempão...), então só hoje, segundona, é que soube do resultado da última pesquisa do Data F(a)olha: Dilma abre 8 pontos à frente e é quase certo que leva no 1º turno.  Dos cinco maiores colégios eleitorais só em São Paulo e Paraná ainda (ainda, hein?) está na segunda posição. Não sei quanto ao Paraná, mas uma coisa que tem me incomodado é a insistência do paulista em cravar no PSDB a cada eleição, parece praga de madrinha. Na blogosfera tenho lido com frequência que o paulista é reacionário, conservador, medieval, etc, etc, e me pergunto: quem é esse cara? Alguém já se debruçou sobre dados do IBGE ,ou outras fontes, para traçar esse perfil, encontrar algo que justifique tanta teimosia? Eu sou paulista, paulistana, e não entendo. Gostaria muito de saber, só por curiosidade, por que o resultado final é maior que qualquer ranço bairrista: será ela e fim de papo.

6 de agosto de 2010

Quase sumi de mim

Fiquei um tempão sem postar coisa alguma. Nesse tempo todo estive lidando, ou tentando lidar, com uma ausência muito forte: meu pai foi encontrar minha mãe, meus avós, amigos que também tinham ido para outros encontros, enfim, foi um tempo de aprender a viver sem ter ao meu lado aquele velhinho simpático, doce, irreverente, que ele era.

Fomos grandes amigos, bons companheiros, de tomar cervejinha juntos, de partilhar papos ou silêncios gostosos nas tardes de sol. Ele sempre foi assim. Lembro que quando éramos crianças, eu e meu irmão, íamos com ele assistir as peladas do Primavera FC, lá no Tatuapé, ou andar de roda gigante no Parque Shangai (coisa antiiiiga, ficava no Parque D. Pedro II,  hoje ali só existe um emaranhado de viadutos repletos de carros). Não saíamos de casa sem o seu "vai com Deus" e ele também não saía pro trabalho sem ouvir dos filhos um "vai com Deus e volta com os anjos, Deus que te livre de todo mal!". A minha, a nossa relação com ele, sempre foi de cumplicidade. Fica sem graça o dia a dia sem esse sorriso... Mas uma coisa que ensinou foi a não desistir nunca, e esse princípio não veio através de discursos ou conselhos, foram suas atitudes diante da vida, a maneira como encarou seus desafios: com coragem e sem perder o alto astral, sua marca registrada.  Figura poderosa esse meu velhinho! Bença, pai, dorme com Deus.