20 de agosto de 2010

Tema recorrente: liberdade de expressão

Dessa vez é o candidato dos tucanos que, babando num encontro da ANJ, "defende" a liberdade de expressão acusando o governo de cerceá-la financiando blogs, criando uma TV pública de alcance nacional, financiando encontros, etc, etc, aquela catilinária de peão puxa-saco que quer mostrar serviço pro dono da empresa. Discurso prato-feito para um público que morre de medo da legítima liberdade de expressão que desnuda o rei.
No caso da grande mídia essa liberdade tem mão única: veiculo o que me interessa ou beneficia diretamente, e qualquer tentativa de romper o cerco é golpe chavista, é ditadura... blá-blá-bla...
O homem surtou, tá desesperado mesmo, e está fazendo um papel ridículo e que só vai prejudicar ainda mais sua candidatura que despenca, azar o dele.
Na sequencia e na grande mídia (chamar de PIG é patrulha?) vem o presidente do seu partido reafirmando, complementando a sandice e por aí vai. E o pior é que muita gente se deixa emprenhar pelo ouvido e repercute essa baboseira sem refletir o que se esconde atrás dela: um puta medo de perder privilégios.
Ainda bem que meu bloguinho é bem humilde, não tem perigo dele vir babar aqui, mas e com os outros, aqueles que gosto de seguir e me dão uma visão mais ampla do que está rolando no mundo? Se esse pessoal que o sujeito representa resolver ir pra cima, como é que eu fico?

18 de agosto de 2010

Campanha ou favela virtual?

Acabei de assistir ao debate montado pelo UOL e Folha de São Paulo, que segundo os organizadores bombou no Twitter. Não tenho os números, mas bombou como? Transmitido em horário comercial, num universo em que a maioria está no trabalho ou nas escolas, parece-me que foi acompanhado por uma porcentagem de internautas - aind que  representativa de um nicho do eleitorado brasileiro -, difícil de quantificar.
Essa parcela, pelo que percebi majoritariamente formada por estudantes, profissionais liberais e jornalistas, dividiu-se e disputou byte a byte espaço para suas críticas e aplausos. Uma platéia privilegiada, com certeza.
Ainda hoje, sairão muitas análises sobre o debate, quem ganhou, quem perdeu, quem fez feio ou fez bonito, quem está mais gabaritado para assumir o comando, etc e tal.
O que ficou patente, no bloco dedicado aos internautas e depois nas perguntas feitas pelos jornalistas escalados, uma nítida armação de levantamento de bola para o candidato tucano, dando a impressão de coisa ensaiada.
Essa é a campanha virtual, que talvez não seja tão fake como a favela do Serra, mas que também pode levar a enganos quando os RT correrem o mundo dando a vitória a um ou a outras. Aquela história da internet elegendo presidente pode ser boa pros Estados Unidos, que tem mais usuários e banda mais rápida, por aqui é melhor um pouco de equilíbrio e sensatez, já que o eleitor com acesso ao mundo virtual ainda é uma parcela  pequena e, repetindo, a transmissão foi em horário comercial (aliás, que mania é essa de transmitir tudo que interessa em horários difíceis pro ser humano comum, hein?).
Faltou a presença dos outros candidatos, desde o irreverente Plínio até o persistente Levy Aerotrem. Cadê o pessoal do PCB, PSTU, o Eieieymael? Ah, diriam alguns, mas eles não pontuam, não dão "ibope", e aí ficamos no impasse do biscoito: não pontuam por que não aparecem ou não aparecem por que não pontuam?
Mas o pior, o pior mesmo, foi ver a qualidade dos tweets, quanta alienação! Lá um ou outro postava um comentário decente, mas a maioria optou pela chacota ou insulto, naquele nível tão conhecido dos comentários feitos a notícias da web. Tem gente que ainda não saiu das salinhas de discussão da adolescência.

17 de agosto de 2010

E não é que o que era bom ficou melhor?

O que ontem esteve bom, hoje ficou melhor pra dilmais da conta! O que era oito transmutou-se em 11, e só lamentei não ter visto ao vivo a cara que o casal da Globo deve ter feito anunciando o resultado do Ibope. Deve ter sido hilário!
Hoje, assisti ao primeiro programa da Dilma e me emocionei. Fiquei imaginando um monte de gente que não a conhecia tomando contato com sua humanidade, seu trabalho, avaliando sua trajetória e, no fim das contas, decidindo: é ela!
Por que torço tanto pela Dilma? Ela me passa firmeza, honestidade e sensibilidade. Podem falar que é sargentona, mal educada ou, como o Bo(bo)nner quis emplacar, uma pessoa que "maltrata" outras pessoas, tentando colar nela a imagem de alguém destemperado que resolve as coisas no grito. Não, ela não me passa isso. Sabe aquele negócio de olhar no olho? Pois é, aquele não é um olhar de desequilíbrio emocional, é um olhar direto de quem sabe o que quer e sabe como chegar lá. Se você quiser ir junto, muito bem, se não quiser, muito bem também, mas por favor, se não sabe o que deseja não atrapalhe, tá legal?
Essa oportunidade de termos - pela primeira vez na história desse país de cultura machista - uma mulher no comando, é quase tão bom quanto foi a eleição de um presidente operário, nordestino, sem a famosa educação formal. É a chance de calar de vez a boca dos que não acreditam que do povo, não das elites, possa vir um governo que priorize o Brasil como um todo e não governe preferencialmente para as classes mais privilegiadas.
O Brasil tá mudando? Acho que ainda não, que ainda tem um longo caminho a fazer, mas a conjuntura do momento permite acreditar que é possível. Eu acredito.


16 de agosto de 2010

Tá bom Dilmais da conta!

Fez um frio danado aqui em Sampa neste final de semana, dizem que o pior deste ano, então não saí de casa, fiquei encorujada cuidando da vida. Como estou sem computador, nem acessei a rede pra dar uma espiada no mundo, também não vi o Jornal Nacional (faz um tempão...), então só hoje, segundona, é que soube do resultado da última pesquisa do Data F(a)olha: Dilma abre 8 pontos à frente e é quase certo que leva no 1º turno.  Dos cinco maiores colégios eleitorais só em São Paulo e Paraná ainda (ainda, hein?) está na segunda posição. Não sei quanto ao Paraná, mas uma coisa que tem me incomodado é a insistência do paulista em cravar no PSDB a cada eleição, parece praga de madrinha. Na blogosfera tenho lido com frequência que o paulista é reacionário, conservador, medieval, etc, etc, e me pergunto: quem é esse cara? Alguém já se debruçou sobre dados do IBGE ,ou outras fontes, para traçar esse perfil, encontrar algo que justifique tanta teimosia? Eu sou paulista, paulistana, e não entendo. Gostaria muito de saber, só por curiosidade, por que o resultado final é maior que qualquer ranço bairrista: será ela e fim de papo.