18 de agosto de 2010

Campanha ou favela virtual?

Acabei de assistir ao debate montado pelo UOL e Folha de São Paulo, que segundo os organizadores bombou no Twitter. Não tenho os números, mas bombou como? Transmitido em horário comercial, num universo em que a maioria está no trabalho ou nas escolas, parece-me que foi acompanhado por uma porcentagem de internautas - aind que  representativa de um nicho do eleitorado brasileiro -, difícil de quantificar.
Essa parcela, pelo que percebi majoritariamente formada por estudantes, profissionais liberais e jornalistas, dividiu-se e disputou byte a byte espaço para suas críticas e aplausos. Uma platéia privilegiada, com certeza.
Ainda hoje, sairão muitas análises sobre o debate, quem ganhou, quem perdeu, quem fez feio ou fez bonito, quem está mais gabaritado para assumir o comando, etc e tal.
O que ficou patente, no bloco dedicado aos internautas e depois nas perguntas feitas pelos jornalistas escalados, uma nítida armação de levantamento de bola para o candidato tucano, dando a impressão de coisa ensaiada.
Essa é a campanha virtual, que talvez não seja tão fake como a favela do Serra, mas que também pode levar a enganos quando os RT correrem o mundo dando a vitória a um ou a outras. Aquela história da internet elegendo presidente pode ser boa pros Estados Unidos, que tem mais usuários e banda mais rápida, por aqui é melhor um pouco de equilíbrio e sensatez, já que o eleitor com acesso ao mundo virtual ainda é uma parcela  pequena e, repetindo, a transmissão foi em horário comercial (aliás, que mania é essa de transmitir tudo que interessa em horários difíceis pro ser humano comum, hein?).
Faltou a presença dos outros candidatos, desde o irreverente Plínio até o persistente Levy Aerotrem. Cadê o pessoal do PCB, PSTU, o Eieieymael? Ah, diriam alguns, mas eles não pontuam, não dão "ibope", e aí ficamos no impasse do biscoito: não pontuam por que não aparecem ou não aparecem por que não pontuam?
Mas o pior, o pior mesmo, foi ver a qualidade dos tweets, quanta alienação! Lá um ou outro postava um comentário decente, mas a maioria optou pela chacota ou insulto, naquele nível tão conhecido dos comentários feitos a notícias da web. Tem gente que ainda não saiu das salinhas de discussão da adolescência.

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